25.6.07

Carolina e o Co-co-ró-co



Carolina é uma menina pequenina que vive com a sua mãe e o seu galo de estimação numa pequena casinha no fim de uma pequena aldeia onde não havia relógios.
Naquela aldeia todos gostavam da Carolina e do Co-co-ró-co, assim se chamava o seu galo, pois este é que os despertava de manhã para o trabalho e à tarde dava sinal para regressarem a casa e não havia cantor igual.
Durante o dia Carolina brincava e saltava pelas ruas estreitas e frias da aldeia com Co-co-ró-co, ora atrás, ora à sua frente e as pessoas diziam:
- Bom dia Carolina, bom dia Co-co-ró-co. – Ao que Carolina respondia:
- Bons dias! Bons dias ! e Co-co-ró-co cantava.
Ao entardecer, Co-co-ró-co subia para o telhado, erguia o seu pescoço e cantava:
- Co-co-ró-coooo; co-co-ró-cooo…
As pessoas, nos campos, ouviam o galo e o seu eco ia até longe. Então voltavam para casa, pois sabiam que já estava quase a ficar de noite.
De manhã, o galo tornava a fazer a mesma coisa, subia para o telhado e cantava:
- Co-co-ró-co, co-co-ró-co.
As pessoas levantavam-se e iam para o campo trabalhar, as crianças para a escola. A aldeia entrava em rebuliço.
O galo, de cima do telhado, via as pessoas passarem e mantinha-se lá em cima. Mas quando via a menina pequenina de olhos azuis e cabelos loiros aparecer no quintal, descia depressa para brincar com ela e comer o milho que ela trazia.
Um dia de manhã, Co-co-ró-co não cantou, estava doente, agachado a um canto da capoeira em cima da palha.
A aldeia não o ouviu cantar, as pessoas não foram trabalhar, as crianças não foram para a escola. Não havia rebuliço, só silêncio.
Carolina achou tão estranho tanto silêncio que foi ao quintal ver o seu galo. Mas quando olhou para o telhado não o viu e olhando para a aldeia não viu ninguém. Correu para a capoeira e lá estava Co-co-ró-co deitado, de olhos tristes, sem poder cantar.
- Co-co-ró-co, o que tens, estás doente? Perguntou Carolina – mas Co-co-ró-co nada cantou.
Carolina pegou-o ao colo, levou-o para o quintal e colocou-o ao sol.
Carolina chorou tanto que ao seu pé se formou uma pequena poça de água.
Então, a mãe de Carolina trouxe uma folha de couve toda fresquinha e deu ao Co-co-ró-co, que a comeu; mas ele precisava também de beber água… Então viu aquela pocinha de água ao seu pé, da cor dos olhos da sua amiga, bebeu-a e de repente pôs-se de pé e já ia começar a cantar. Então Carolina ficou contente e disse:
- Deixa lá, não cantes. Hoje deixa-os descansar. Amanhã será outro dia. Hoje vamos brincar.E lá foram os dois pela aldeia deserta, sem rebuliço, a saltar.

André, 6º A

Sem comentários: